Esta semana, entrou em funções o novo conselho de Administração do Instituto Nacional de Estatística (INE), constituído por Osvaldo Borges, presidente, e Celso Ribeiro, vice-presidente.
O Governo optou por uma autêntica razia nas instituições e empresas públicas, substituindo todas as administrações. Acreditamos que em alguns cargos uma mudança de figuras é salutar e até benéfica para o Governo e para o país. Contudo, existem funções e cargos onde deveria existir um consenso entre as várias forças políticas na escolha dos seus representantes máximos. Consideramos o INE uma dessas instituições, pela sua relevância no plano nacional e especialmente para que possam ser criadas metodologias de trabalho uniformes, ao longo dos tempos.
Se analisarmos friamente, aquelas que foram as declarações do primeiro-ministro ao longo dos últimos meses sobre o INE, percebemos claramente, que o anterior conselho de administração tinha “morte” anunciada. As estatísticas do primeiro trimestre de 2016, onde ficaram espelhados bons números relativos à taxa de emprego, PIB, condições de vida, entre outras, criaram um incómodo ao Sr. Primeiro-ministro. Um incomodo que o levou ao ponto de questionar a validade desses dados, numa altura em que as eleições já tinham sido realizadas.